“Até o Último Homem”- “Hacksaw
Hidge”, Estados Unidos, 2016
Direção: Mel
Gibson
A abertura, em câmara lenta e com som
abafado, nos joga brutalmente no filme, um inferno de explosões que faz corpos
voar, soldados correndo em chamas, tiros. Mortos pavimentam o solo sangrento.
Horror.
Ouve-se em “off” a voz, que depois
vamos saber que é do soldado Desmond Doss (Andrew
Garfield):
“...aqueles que esperam no
Senhor
renovam suas
forças...”
E alguém diz:
“- Desmond, aguenta mais um pouco.
Nós vamos tirá-lo daqui!”
E um “flashback”nos tira da guerra e
nos leva para 16 anos antes, com os irmãos Doss brincando nos campos e rochedos
da Virginia.
O pai deles (Hugo Weaving) é um
sujeito que bebe e é violento e não se esquece dos amigos mortos na Segunda
Guerra a seu lado. Faz visitas frequentes ao cemitério.
Quando Desmond atinge seu irmão Hal
numa briga e pensa que ele morreu, vemos a que ponto a culpa se entranha no
coração do garoto.
O pai tira o cinto mas a mãe (Rachel
Griffts) acode:
“-Pare! Desmond, Hal vai ficar
bem!”
“- Ele poderia ter morrido...”
balbucia Desmond.
“- Sim e não há maior pecado do que
tirar a vida de alguém”, diz a mãe.
O pai grita com a
mãe.
“- Por que ele nos odeia tanto?”
pergunta Desmond à mãe.
“- Ele odeia a si mesmo. Queria que
vocês tivessem conhecido ele antes da guerra...”
E, por causa dessa infância,
começamos a ter uma ideia do caráter de Desmond que, apesar de se alistar no
exército depois do ataque a Pearl Harbour, como o irmão, recusa-se a pegar num
rifle no treinamento do exército.
“- Vou ser médico e salvar vidas,
Dorothy. Não vou matar”, diz à noiva enfermeira (Teresa
Palmer).
Essa postura ética e religiosa (ele é
adventista), que ele defende com perseverança, vai custar muito sofrimento a
Desmond. Chamam ele de covarde, louco, idiota. Mas nada disso o abala. Mesmo
quando os companheiros de dormitório passam a surrá-lo à
noite.
Enfrenta uma corte marcial e é o
primeiro “Opositor Consciente”que parte para a guerra sem uma arma. Na mão leva
a Bíblia, com a foto de Dorothy.
A história é verídica e no fim do
filme vemos o próprio Desmond Doss dar seu depoimento, antes de morrer aos 87
anos. Outros companheiros de seu batalhão, inclusive o sargento, falam sobre sua
atuação heroica na batalha de Okinawa, no Japão em 1945, quando salvou 75 vidas.
Foi condecorado com a Medalha de Honra do Congresso.
Mel Gibson dirige o filme, indicado
para 6 Oscars, inclusive melhor filme e diretor. Parece que ele resgata a
inspiração de “Coração Valente” de 1995, depois de um tempo eclipsado, por causa
de sua reputação de anti-semita e homofóbico.
Há no filme de Gibson muito dele
mesmo. Crueza e quase que um mau gosto em mostrar cenas desnecessárias no campo
de guerra, com um sadismo que cansa, porque é repetitivo. Mais do
mesmo.
Mas o filme envolve o espectador
porque o personagem principal, interpretado com grandeza e humildade por Andrew
Garfield, é um homem fascinante, só agora conhecido do grande
público.
Até o Último Homem é um excelente filme de guerra, digno de estar no mesmo patamar de obras como O Resgate do Soldado Ryan, de Steven Spielberg, e Falcão Negro em Perigo, de Ridley Scott. O filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Andrew Garfield fez um excelente trabalho em ate o último homem filme, é maravilhoso! Seus trabalhos sejam impecáveis e sempre conseguem transmitir todas as suas emoções, é um ator que as garotas amam por que é lindo, carismático e talentoso. Este ator nos deixa outro projeto de qualidade, de todas as suas filmografias essa é a que eu mais gostei, acho que deve ser a grande variedade de talentos. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio Além, acho que a sua participação neste filme drama realmente ajudou ao desenvolvimento da história.
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