Direção: Lee Toland Krieger
Na história da humanidade, quem primeiro conseguiu a
imortalidade foram os deuses. No Olimpo grego, parece que se aborreciam tanto
com a monotonia de suas vidas eternas, que começaram a descer de lá para
compartilhar amores e conflitos com os mortais.
No século XIX, Oscar Wilde imaginou um homem que só
envelhecia em seu retrato.
O fato é que a imortalidade é um sonho ligado à estética
da eterna juventude mas também à nossa frustração com nossas vidas paralelas,
imaginadas e nunca acontecidas, porque temos a desculpa de não as termos vivido
já que o nosso tempo de vida é curto.
Para Adaline, entretanto, o fato dela não mudar nunca de aparência, ter eternos 30 anos, depois de um acidente que aconteceu com ela, não foi buscado. Ela nem se dá conta imediatamente do fato.
Para Adaline, entretanto, o fato dela não mudar nunca de aparência, ter eternos 30 anos, depois de um acidente que aconteceu com ela, não foi buscado. Ela nem se dá conta imediatamente do fato.
Seu marido morre e ela consegue viver bem com a filha
até os 45 anos, sempre cercada de elogios e feições surpresas quando descobrem
sua idade:
“- Sua filha? Mas parece sua irmã! Qual o seu segredo?
Que cremes você usa?”
Blake Lively constrói sua personagem com leveza e logo
nos divertimos com ela e as caras espantadas das pessoas ao admirar sua
aparência.
Mas isso até ela chamar a atenção de investigadores
(FBI?) que querem estudar o fenômeno e fazer experimentos com ela. Na verdade,
nem ela mesma compreende o que aconteceu, mas teme o que pode vir a acontecer
como cobaia do governo.
É sua primeira fuga e mudança de identidade. Mas, a cada
década, ela compra um novo cãozinho de companhia, igual ao anterior que morreu
de velhice ou foi posto para dormir porque ficou doente demais e muda de
cidade.
E, tirando a filha que vai envelhecendo longe dela, com
encontros escondidos com Adaline, ninguém sabe a verdade sobre
ela.
Adaline está condenada a uma vida vazia, sem amigos
íntimos, com poucos relacionamentos e sempre superficiais e, apesar de falar
quatro línguas e ter testemunhado toda a história do século XX, ter lido muitos
livros e viajado pelo mundo, ela começa a sentir falta de proximidade,
intimidade, um amor.
Em sua primeira parte, o filme mostra cenas rápidas para
a compreensão da história e uma narrativa em “off”, que tenta explicar o
acidente mas que soa estranha e dispensável.
Nascida em 1907, é só em 2014 que ela conhece um homem
que mexe realmente com ela. E começa a segunda parte do
filme.
O roteiro de J. Mills Goodloe e Salvador Pascowitz é bem
bolado mas raso no trato com a imortalidade.
O visual do filme é bonito, Adaline usa figurinos
elegantes e bem escolhidos e o par Blake Lively e o holandês Michiel Huisman
convence com uma boa química. Mas a atuação de Harrison Ford, como o pai do
namorado e Ellen Burstyn como a filha de Adaline é o que levanta o
filme.
“A Incrível História de Adaline” é um filme gostoso de
se ver quando não se tem grandes expectativas. É um passatempo bem
feito.
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