domingo, 11 de novembro de 2012

Frankenweenie


 
 


“Frankenweenie”- Idem, Estados Unidos, 2012

Direção: Tim Burton


Uma família anos 60 sentada no sofá com filho e cachorro. Todos com óculos 3D. Victor Frankenstein, o menino talentoso, é o autor do filminho que diverte pai e mãe. O personagem principal é Sparky, o seu “pet”, um monstro do bem no filme caseiro.

A mãe, preocupada, comenta que Sparky é o único amigo de Victor. E a tragédia vai acontecer. O menino vê o cãozinho ser atropelado e morto.

Como muitas outras crianças, Victor vai ter que prantear seu amiguinho e deparar-se pela primeira vez com a morte. O luto vai fazer parte do processo de crescimento e a perda, inevitável, dos entes queridos, é uma experiência que geralmente se inicia com a morte de um bichinho amado.

Não foi diferente com o diretor Tim Burton, 54 anos, que perdeu seu poodle muito querido quando era criança. Ele inspirou-se em sua própria história de vida para fazer “Frankenweenie”.

Aliás, a animação que usa a técnica “stop motion”, já usada por Burton em “A Noiva Cadáver”de 2005, teve uma primeira versão como um curta metragem com atores em 1984, considerada muito impressionante para crianças pelo Estúdio Disney, que vetou a distribuição do filme e despediu Burton.

Certamente os filmes de Tim Burton continuam a assustar crianças e até alguns adultos. Mas há uma beleza sombria e fascinante em seus filmes como o “Batman”de 1989 com Jack Nicholson como o Curinga, “Edward Mão de Tesoura” de 1990 com Johnny Deep, “Peixe Grande”de 2003, “Alice no País das Maravilhas”com Mia Wasiskowa, Helena Boham Carter e Anne Hathaway.

“Frankenweenie” rodado em preto e branco e 3D tem personagens incríveis como o estranho e carinhoso professor de ciências, inspirado em um ídolo de Tim Burton, o ator de filmes de terror, Vincent Price. Todas as crianças tem olhos redondos e olheiras e um dos garotos é dentuço e corcunda.

E, depois das experiências científicas que revivem bichos mortos, o cãozinho Sparky vira um Frankenstein todo costurado, Mr Whiskers, o gato que tem sonhos com presságios, transforma-se num horrível gato vampiro, a tartaruga morta há anos torna-se um monstro pré-histórico gigante à maneira dos desenhos animados japoneses e chama-se Shelley, homenagem a Mary Shelley criadora do personagem Frankenstein.

O menino que passava horas lendo Edgar Allan Poe e vendo filmes de terror, transformou-se em um diretor de cinema original e talentoso.

Porém, apesar do final comovente e educativo de “Frankweenie”, que é bom entretenimento para jovens e adultos, Tim Burton continua não recomendado para crianças, a não ser as mais parecidas com o diretor quando tinha a idade delas.


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