Direção: Tim
Burton
Uma família anos 60 sentada no sofá com filho e
cachorro. Todos com óculos 3D. Victor Frankenstein, o menino talentoso, é o
autor do filminho que diverte pai e mãe. O personagem principal é Sparky, o seu
“pet”, um monstro do bem no filme caseiro.
A mãe, preocupada, comenta que Sparky é o único amigo de
Victor. E a tragédia vai acontecer. O menino vê o cãozinho ser atropelado e
morto.
Como muitas outras crianças, Victor vai ter que prantear
seu amiguinho e deparar-se pela primeira vez com a morte. O luto vai fazer parte
do processo de crescimento e a perda, inevitável, dos entes queridos, é uma
experiência que geralmente se inicia com a morte de um bichinho
amado.
Não foi diferente com o diretor Tim Burton, 54 anos, que
perdeu seu poodle muito querido quando era criança. Ele inspirou-se em sua
própria história de vida para fazer “Frankenweenie”.
Aliás, a animação que usa a técnica “stop motion”, já
usada por Burton em “A Noiva Cadáver”de 2005, teve uma primeira versão como um
curta metragem com atores em 1984, considerada muito impressionante para
crianças pelo Estúdio Disney, que vetou a distribuição do filme e despediu
Burton.
Certamente os filmes de Tim Burton continuam a assustar
crianças e até alguns adultos. Mas há uma beleza sombria e fascinante em seus
filmes como o “Batman”de 1989 com Jack Nicholson como o Curinga, “Edward Mão de
Tesoura” de 1990 com Johnny Deep, “Peixe Grande”de 2003, “Alice no País das
Maravilhas”com Mia Wasiskowa, Helena Boham Carter e Anne
Hathaway.
“Frankenweenie” rodado em preto e branco e 3D tem
personagens incríveis como o estranho e carinhoso professor de ciências,
inspirado em um ídolo de Tim Burton, o ator de filmes de terror, Vincent Price.
Todas as crianças tem olhos redondos e olheiras e um dos garotos é dentuço e
corcunda.
E, depois das experiências científicas que revivem
bichos mortos, o cãozinho Sparky vira um Frankenstein todo costurado, Mr
Whiskers, o gato que tem sonhos com presságios, transforma-se num horrível gato
vampiro, a tartaruga morta há anos torna-se um monstro pré-histórico gigante à
maneira dos desenhos animados japoneses e chama-se Shelley, homenagem a Mary Shelley criadora do
personagem Frankenstein.
O menino que passava horas lendo Edgar Allan Poe e vendo
filmes de terror, transformou-se em um diretor de cinema original e
talentoso.
Porém, apesar do final comovente e educativo de
“Frankweenie”, que é bom entretenimento para jovens e adultos, Tim Burton
continua não recomendado para crianças, a não ser as mais parecidas com o
diretor quando tinha a idade delas.
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