“Argo” já é o mais provável filme no Oscar de 2013,
dizem as bancas de aposta.
Em seu prólogo, uma animação narra em “off” a situação
política dos últimos 60 anos daquele que era o Império Persa, hoje o
Irã.
Somos lembrados que, nos anos 50, foi eleito no país um
primeiro ministro democrático, seguido de um regime cruel e ditatorial do Xá
Rezha Pahlevi, que não só ocidentalizou o país, como vivia na ponte aérea
Europa-Irã, enquanto sua polícia, a Savah, torturava opositores nos porões do
palácio.
Começou então uma campanha internacional de apoio ao
Aiatolá Khomeini, o Xá é deposto em 1979, sendo recebido como exilado nos
Estados Unidos, que o apoiara em seu governo.
A consequência disso é que o povo iraniano cerca,
raivoso, a embaixada dos Estados Unidos em Teerã, exigindo que o Xá retornasse
ao Irã para ser enforcado.
O cerco redundou na invasão da embaixada americana e na
prisão de 52 funcionários durante mais de 400 dias, gerando uma crise política e
diplomática.
Acontece que seis funcionários conseguem sair da
embaixada durante a invasão por uma porta dos fundos, indo se refugiar na
residência do embaixador canadense. Mas, corriam perigo de vida. Se descobertos,
certamente seriam condenados à morte.
E é aí que entra o lado quase inverossímil do enredo do
filme “Argo”, espantosamente baseado em fatos reais, práticamente desconhecidos
do público.
O roteiro de Chris Terrio é dirigido com competência
pelo bonitão Ben Affleck, 40 anos, que faz de “Argo” um filme intrigante, com um
suspense como não se vê há tempos no cinema.
A história é boa, a ação está ligada aos acontecimentos
e a CIA e Hollywood tornam-se improváveis coniventes por uma boa causa,
produzindo cenas engraçadas, com atores ótimos como Alan Arkin como um produtor
e John Goodman como técnico em maquiagem e máscaras.
Ben Affleck também atua no filme como o agente da CIA
Tony Mendez, que inventa um plano audacioso e perigoso para conseguir tirar os
seis americanos do Irã. A surpreendente idéia dele, especialista em tirar
espiões de lugares difíceis, é fazer os iranianos acreditarem que os americanos
não eram os funcionários desaparecidos da embaixada mas uma equipe que fazia um
filme, rodando cenas no Grand Bazar de Teerã.
“Argo” tem tudo para agradar não só ao
grande público ávido por filmes americanos, como também vai surpreender quem não
gosta de filmes de ação e torce o nariz para o cinemão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário