“White Lines”- Reino Unido, Espanha, 2020
Direção: Álex Pina, Nick Hamm, Luis Prieto, Ashley Way
“White Lines”, alusão a duas carreiras de cocaína, do
criador de “Casa de Papel”, Álex Pina e Andy Harries de “The Crown”, séries de
sucesso na Netflix, são os autores dessa nova história que nos envolve com um
clima de suspense erótico.
A locação é esplêndida. Ibiza é uma ilha no mar Mediterrâneo
que pertence à Espanha, famosa por suas águas turquesa, praias de areia, uma cidade
antiga, Eivissa e casas brancas dos novos habitantes que se instalaram na ilha
nos últimos anos do século passado.
É Patrimônio Mundial da Unesco por suas ruinas preservadas
desde a época dos fenícios, cartagineses e romanos. Tem até arquitetura da Renascença.
Mas a maior fama de Ibiza é a vida noturna, a “vida loca”.
Que começa desde que as pessoas acordam. Bem tarde. Foram ver o sol nascer,
antes de algumas horas de sono, porque as drogas correm soltas e são todas
indicadas para quem não quer dormir e dançar a noite inteira.
Tem festas na praia em torno a fogueiras, nos clubes à beira
mar, nas casas particulares e nas discotecas onde o cenário é de carnaval, com
homens e mulheres fantasiados com pouca ou nenhuma roupa, muita maquiagem,
bronzeados e sedutores.
Os melhores produtores de música e DJs vão todo verão
europeu para Ibiza.
Nossa história gira em torno à morte de um jovem DJ inglês,
Álex, que chega na ilha com amigos no fim dos anos 90. Ele tem um visual
atraente, cabelos louros, muito magro e sempre muito excitado. É um líder
perfeito para aqueles que querem deixar-se levar pelo “carpe diem”.
Sua irmã Zoe, que o adorava, não pode segui-lo para Ibiza
porque era muito jovem. E entra em profunda depressão. Houve até uma tentativa
frustrada de suicídio. A mãe dos dois morrera quando eram muito crianças e o
apego entre os irmãos baseou-se na carência afetiva mútua. O pai, apaixonado
pela mulher, não tinha espaço em seu luto para os filhos.
Sendo assim, Zoe vai para um internato e Álex para Ibiza. A história
do filme vai começar 20 anos depois, quando um esqueleto, identificado como
sendo Álex, é encontrado em terras da ilha. A lenda que corria sobre sua
estranha desaparição é que teria ido para a Índia e lá ficado.
Quando a bela Zoe (Laura Haddock) fica sabendo que acharam
os restos mortais do irmão em Ibiza, corre para lá, com o marido e uma filha de
14 anos. Há sinais evidentes de que a morte de Álex (Tom Rhys) não foi natural.
Zoe fica enredada no mistério que ela quer resolver. Quem matou Álex? E por
que? Nessa procura ela também vai conhecer melhor quem ela é.
Os 10 capítulos da série vão contar os detalhes e as
reviravoltas da história de Álex. Todos os personagens estão envolvidos de
alguma maneira nos acontecimentos que levaram à morte do irmão de Zoe. Talvez
isso prejudique por vezes a compreensão do que está sendo contado. São muitas
pistas, muitas delas acabando em becos sem saída.
Relações afetivas conturbadas, sexo desenfreado, ciúmes,
traições, incesto, descontrole dos impulsos mais primitivos e muita droga
contribuíram para que essa história fosse trágica. Mas com bela fotografia e
trilha sonora bem escolhida.
Num clima de auto destruição, confundido com coragem para
enfrentar o perigo, os personagens vivem a “vida loca” intensamente e sem
volta. Quando se dão conta talvez seja tarde demais.
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