“Harriet”
– Idem, Estados Unidos, 2019
Direção:
Kasi Lemmons
Grandes
árvores no lusco fusco do amanhecer. Uma paisagem azul envolta numa fina
neblina.
Uma
jovem negra está deitada no campo verde e parece morta. Mas não, ela dorme e
sonha? Ou tem uma visão? Parece que ela tem o dom de prever acontecimentos.
Agora ela vê negros correndo. Ela também. A mãe dela e a irmã numa carroça O
que são essas imagens? Ainda não sabemos. Nem ela.
Esse
filme conta a história de uma heroína americana na luta pela abolição da
escravidão. Minty, como era conhecida na fazenda do sul dos Estados Unidos onde
nasceu, torna-se Harriet Tubman, quando consegue fugir e aliar-se ao movimento
dos abolicionistas.
Mas
naqueles princípios de sua história, a pequena Minty queria amar John (Zachary
Mommo) e ter uma família.
Mas
quando levam essa ideia para o patrão, a reação e brutal:
“-
Contratamos um advogado. Queremos que nossos filhos nasçam livres” diz John,
que era um homem livre.
Havia
uma carta do bisavô do patrão prometendo liberdade quando a mãe de MInty
tivesse 47 anos. Mas o patrão se enfurece e grita:
“-
Vocês pertencem a mim e seus filhos também, até o fim. Eu deixei vocês se casarem
mas a partir de agora, John está expulso da fazenda e você volta ao trabalho.”
Minty
corre para o rio e, de joelhos e punhos cerrados, amaldiçoa o patrão. Ele morre
durante aquela noite. Coincidência? Ninguém acredita nisso na fazenda e cresce
o mito em torno a Minty e seus poderes.
Veremos
que a força de vontade, a coragem e a autoridade vão fazer daquela mocinha um
gigante na defesa de seus irmãos negros.
Ela
se veste de homem e se torna o misterioso “Moses” que rouba escravos das
fazendas para levá-los a um lugar seguro onde são acolhidos por simpatizantes
da causa dos negros. Por mais que os fazendeiros se armem para caçar esse
ladrão misterioso, ele sempre escapa.
O
filme é bem produzido, com belas imagens e um ótimo ritmo. Mas quem se destaca é
Cynthia Erivo, indicada a melhor atriz no Oscar 2020, que interpreta Harriet
com garra, inspiração e teimosia.
É
o primeiro filme que é feito sobre essa mulher corajosa, conduzida pelas
vozes que escuta e que dizem o que ela deve fazer.
Certamente
não será o último. A personagem merece outros filmes.