“Lady Bird –
A Hora de Voar”- “Lady Bird”, Estados Unidos, 2017
Direção:
Greta Gerwig
Aquelas duas
são tão iguais que precisam estar sempre brigando. Mãe e filha. Duas pessoas
muito amorosas mas que não se deixam levar porque tem medo do que pode
acontecer.
A filha,
Christine, que se batizou “Lady Bird” é exagerada e se irrita porque o mundo
que ela quer não existe. Ou talvez exista, fora de Sacramento, aquela
cidadezinha sem graça onde vive, pensa ela. E por isso quer voar para bem
longe. Nova York talvez. E, quando estiver lá, certamente vai sentir falta de
Sacramento, da mãe, do pai, dos irmãos adotivos, dela mesma até, quando era
mais ingênua e se decepcionava com as pessoas que punha num pedestal.
Greta
Gerwig, 34 anos, única diretora na lista dos diretores indicados ao Oscar 2018
e quinta mulher a cumprir essa façanha, em seu primeiro filme, escrito também
por ela, emplacou 5 indicações. Além de melhor filme, melhor diretora, melhor
roteiro original, levou também a indicação de melhor atriz para Saoirse Ronan,
a Lady Bird encantadora e detestável, às vezes, plena no papel que é escrito pela
diretora com tintas autobiográficas e o de melhor atriz coadjuvante para Laurie
Metcalf, ótima como a mãe que se desdobra em cuidados com os filhos, marido e o
trabalho no hospital psiquiátrico e que tem que brigar com a filha para não
abraçá-la e protegê-la de tudo e todos.
Quem viu
“Frances Ha” de 2012 , que Greta Gerwig escreveu junto com o diretor Noah
Baumbach, seu namorado desde 2011, revê a personagem em “Lady Bird” mas numa
versão mais doce, mais menina, ainda não tão crescida, nem dona do próprio
nariz. Está prestes a embarcar na aventura que a espera. Mas ainda não. Os
passos de bailarina ainda são tímidos. Ainda virão os “grand jetés” pelas ruas
de Nova York.
Pode ser que
essa “Lady Bird”, seja produto da memória afetiva de uma Greta Gerwig que faz
uma volta à Sacramento e vê tudo com olhos mais amorosos? Com saudades do tempo
de menina?
“Lady Bird”
é um filme que respira ansiedade e sinceridade. É bem provável que agrade mais
às mulheres. Afinal, somos todas Lady Bird, mais ou menos parecidas com ela.
Passamos todas no século XX por tudo isso que ela vive no começo do século XXI.
A
adolescência é um período da vida que, visto de longe, parece simples e ingênuo
mas como é sofrido. Todas e todos sabemos bem disso.
Eu gostei do filme porque acho que retrata relações comuns que prende o público do começo ao fim. Este filme é um dos melhores do gênero de drama que estreou o ano passado acho que O Conto é um dos melhores filmes de drama. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia. Amei o grande elenco do filme, quem fez possível a empatia com os seus personagens em cada uma das situações. Sem dúvida a veria novamente.
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