segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Un Plus Une


“Un Plus Une”, França, 2015
Direção: Claude Lelouch
Netflix

Estar na Índia é quase como viver um sonho, já que é um lugar completamente diferente do que conhecemos no Ocidente. A impressão é de que lá tudo pode acontecer.
Claude Lelouch, 80 anos, sempre soube contar histórias de amor como ninguém. Quem não se lembra ou pelo menos cantarolou a música de “Un Homme et Une Femme”? O mesmo Francis Lai compõe a música desse novo filme “Un Plus Une”, que nos envolve pelos sentidos, pelos personagens e pelos belos cenários de um país solar.
Há um filme dentro do filme, um charme a mais de Lelouch, com uma história de amor acontecida entre jovens indianos, um ladrão e uma bailarina, que vira filme e vai ser musicado por um famoso compositor francês, Antoine Abeilard (Jean Dujardin).
Ele viaja para Mumbai, deixando em Paris sua companheira, a pianista Alice (Alice Pol). Antoine é bonito e sabe disso, simpático, blasé, entediado, cheio de risos, colecionador de mulheres e não parece levar a vida a sério.
Na Embaixada da França, no jantar em sua homenagem, senta-se ao lado de Anna, a embaixatriz (Elza Zylberstein, linda e boa atriz), falante, sedutora, charmosa, imediatamente seduzida por Antoine. Conversam e riem muito, observados por um embaixador ciumento (Christophe Lambert).
Anna é atraente, apaixonada pela Índia e suas crenças e vai fazer uma viagem ao sul do país para purificar-se no Ganges e visitar uma líder espiritual conhecida em toda o país. Ela quer um filho e acredita que ser abraçada e abraçar Amma, Mata Amritanandamayi, realizará seu desejo. “Minha religião é o amor” está escrito no lugar onde Amma, uma pessoa da vida real, recebe milhares de peregrinos que ouve e abraça por horas a fio, com uma generosidade de Grande Mãe, como é venerada.
Aliás, a verdadeira Índia, que vemos o tempo todo, é uma atração à parte, com aquele colorido dos sáris e véus, a convivência com multidões pacíficas, trânsito louco, vacas sagradas e crenças em muitos deuses e muitas vidas.
Por um motivo pessoal, além do interesse que sente pela embaixatriz, Antoine resolve seguir Anna nessa viagem. Apesar das ótimas intenções, e das juras de amor aos respectivos companheiros, Anna e Antoine vivem uma breve e mal conduzida relação.
Mais tarde, o acaso vai interferir na vida desses dois e pode ser que dessa vez eles estejam mais maduros para o amor.
“Um Plus Une” mexe com a gente e essa é a grande qualidade do filme. Aliás um ótimo Lelouch, que está em plena forma.



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