Direção: Claude Lelouch
Netflix
Estar na Índia é quase como
viver um sonho, já que é um lugar completamente diferente do que conhecemos no
Ocidente. A impressão é de que lá tudo pode acontecer.
Claude Lelouch, 80 anos,
sempre soube contar histórias de amor como ninguém. Quem não se lembra ou pelo
menos cantarolou a música de “Un Homme et Une Femme”? O mesmo Francis Lai
compõe a música desse novo filme “Un Plus Une”, que nos envolve pelos sentidos,
pelos personagens e pelos belos cenários de um país solar.
Há um filme dentro do filme,
um charme a mais de Lelouch, com uma história de amor acontecida entre jovens
indianos, um ladrão e uma bailarina, que vira filme e vai ser musicado por um
famoso compositor francês, Antoine Abeilard (Jean Dujardin).
Ele viaja para Mumbai,
deixando em Paris sua companheira, a pianista Alice (Alice Pol). Antoine é
bonito e sabe disso, simpático, blasé, entediado, cheio de risos, colecionador
de mulheres e não parece levar a vida a sério.
Na Embaixada da França, no
jantar em sua homenagem, senta-se ao lado de Anna, a embaixatriz (Elza
Zylberstein, linda e boa atriz), falante, sedutora, charmosa, imediatamente
seduzida por Antoine. Conversam e riem muito, observados por um embaixador
ciumento (Christophe Lambert).
Anna é atraente, apaixonada
pela Índia e suas crenças e vai fazer uma viagem ao sul do país para
purificar-se no Ganges e visitar uma líder espiritual conhecida em toda o país.
Ela quer um filho e acredita que ser abraçada e abraçar Amma, Mata
Amritanandamayi, realizará seu desejo. “Minha religião é o amor” está escrito
no lugar onde Amma, uma pessoa da vida real, recebe milhares de peregrinos que
ouve e abraça por horas a fio, com uma generosidade de Grande Mãe, como é
venerada.
Aliás, a verdadeira Índia,
que vemos o tempo todo, é uma atração à parte, com aquele colorido dos sáris e
véus, a convivência com multidões pacíficas, trânsito louco, vacas sagradas e
crenças em muitos deuses e muitas vidas.
Por um motivo pessoal, além
do interesse que sente pela embaixatriz, Antoine resolve seguir Anna nessa viagem.
Apesar das ótimas intenções, e das juras de amor aos respectivos companheiros,
Anna e Antoine vivem uma breve e mal conduzida relação.
Mais tarde, o acaso vai
interferir na vida desses dois e pode ser que dessa vez eles estejam mais
maduros para o amor.
“Um Plus Une” mexe com a
gente e essa é a grande qualidade do filme. Aliás um ótimo Lelouch, que está em
plena forma.
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