“Z – A Cidade Perdida”- “The
Lost City of Z”, Estados Unidos, 2016
Direção: James Gray
O começo do século XX foi uma
época em que viagens para lugares ainda intocados por homens brancos,
realizadas por exploradores, granjeavam fama e admiração.
Quando encontramos o Major
Percy Fawcett (1867-1925), que viria a ser um chefe de expedições famoso, ele
está em uma caçada, galopando atrás de um veado, numa trilha perigosa em Cork,
Irlanda. Com um tiro certeiro mata sua presa. Os companheiros militares admiram
seu manejo da montaria e pontaria. Será o centro das atenções no jantar de gala
daquela noite, certamente.
Mas não. Muito elegante em
seu uniforma vermelho mas que não ostenta as esperadas medalhas, Fawcett é
esnobado pelo anfitrião que comenta em voz baixa que o major não teve sorte com
a família. É barrado no jantar.
Assim, limpar seu nome, que
herdara do pai, dono de uma má reputação, era o principal objetivo da vida de
Percy Fawcett. E a oportunidade de realizar o que tanto buscava surgiu em 1906,
quando a Sociedade Real de Geografia o chama para mapear os limites entre o
Brasil e a Bolívia. A região era selvagem mas cobiçada por causa da extração da
borracha. Os países precisavam de um ponto de vista neutro para resolver a
questão.
Essa foi a primeira de três
expedições que durante 20 anos faz Fawcett à Amazônia, de onde volta com
a certeza inabalável de que uma civilização sofisticada teria habitado o local,
onde encontrara vestígios de cerâmica e esculturas em pedra, encobertas pela
selva.
Percy Fawcett amava sua
mulher Nina (Sienna Miller, excelente) e os três filhos, dois deles nascidos
quando ele estava na Amazônia. Mas a família sofre com suas ausências longas.
A segunda, financiada por um
aristocrata atrás de glórias, será pior do que a primeira, morrendo quase todos
os participantes, salvando-se Fawcett e seu assistente Henry Costin,
interpretado com refinamento por um Robert Pattison ótimo no papel e quase
irreconhecível por causa de uma espessa barba.
A eclosão da Primeira Guerra
é uma tragédia a mais para ser enfrentada e faz Fawcett sonhar com a selva como
um lugar de paz.
Nina, uma mulher à frente de
seu tempo, ajuda o marido buscando documentos que comprovassem sua tese, mas
não pode acompanhá-lo na terceira expedição com o argumento que a região
é perigosa demais.
Ela fica mas Jack, o filho
mais velho (Tom Holland), parte com o pai. E será uma viagem iniciática para
ambos. Obcecado em ser respeitado, agarrado à sua esperança louca de encontrar
Z, Fawcett se embrenha na selva com o filho, como se fugisse da maldição ligada
à reputação do pai, que manchará também seu filho. Não quer o desprezo de seus
pares e precisa acreditar que os indígenas mostrarão a ele o caminho para Z. Vê
na Amazônia o sonho de uma redenção.
Charlie Hunnam, o “Rei
Arthur”, agrega vigor e entusiasmo a seu personagem, que foi um homem complexo
e está perfeito como o famoso explorador.
Uma curiosidade é que Brad
Pitt quase incarnou Fawcett mas acabou sendo o produtor executivo do filme.
A fotografia de Darius
Khondji é bela e misteriosa. A selva verde e escura, o rio dourado,
aparentemente manso, tudo esconde em seu seio perigos fatais. As cores são
impregnadas de um verde doentio.
A direção de James Gray é
segura e o ritmo lento, imposto pela natureza, envolve aos poucos e sugere
ameaças.
O roteiro foi adaptado de um
dos muitos livros escritos sobre o explorador, é não-ficção, de David Grann de
2009.
E as cenas finais são de uma
beleza pungente que nos acompanha quando saímos do cinema.
Belo e extraordinário. Mas
não recomendado para quem só aprecia “blockbusters”.
Esse é um bom filme disfrutei ver Tom Holland no elenco. É umo dos jovens atores que melhor se veste e a tem a carreira em crescimento, a vi faz pouco tempo em Homem aranha de vola ao lar e é algo diferente ao que estamos acostumados com ele, se vê espetacular. Ancho que em o Novo filme do Homem Aranha sua carreira de ator começa a decolar. É um filme bom com boa história
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