terça-feira, 13 de junho de 2017

Paris Pode Esperar


“Paris Pode Esperar”- “Paris Can Wait”, Estados Unidos, 2016
Direção: Eleanor Coppola

Fazer cinema, para quem convive com talentos imensos e reconhecidos, deve ser uma experiência tentadora.
Mas Eleanor Coppola, mulher de Francis Ford Coppola e mãe de Sofia e Roman, só experimentou fazer seu primeiro longa de ficção aos 80 anos. Seu documentário sobre o marido, “Francis Ford Coppola – O Apocalipse de um Cineasta” de 1991 foi muito elogiado. Mas e a coragem para fazer ficção? Acho que ela também pensou: mas se não for agora, quando?
E o dinheiro? Quem investe hoje em dia num filme com personagens de mais de 50 anos e sem reviravoltas e brigas na trama? Eleanor confessou em entrevista que teve dificuldades para encontrar financiamento para seu filme. No fim, o marido ajudou.
E o resultado agrada a quem gosta de “road movie” sofisticado. Os que apreciam a região da Provence vão rever lugares visitados e os que não conhecem, mas gostam de viajar de carro e tem afinidade com a cozinha, os queijos e os vinhos franceses, vão poder se inspirar para a sua própria viagem de sonho.
E é interessante saber que o roteiro foi baseado numa experiência pessoal da diretora. Conta ela que o episódio é verdadeiro. Estava no Festival de Cannes com o marido em 2006, quando uma dor de ouvido impediu que voasse para Budapeste e ela foi para Paris, levada por um sócio de Coppola.
A bela e charmosa Diane Lane, 52 anos, é a personagem que faz a diretora. Alec Baldwin, 59, é o marido e Arnaud Viard, 51, é o sócio francês que acompanha a americana casada na viagem para Paris, que durou dois dias ao invés das sete horas previstas.
Pensar que ela buscava uma aventura é algo vulgar. Porque Anne ama o marido, o produtor de cinema famoso que vive trabalhando, envolvido nos filmes rodados nos quatro cantos do mundo. E sobra pouco tempo para ela, que sonha com uma viagem só dos dois.
Então, enquanto não dá para ter o marido, Anne aprecia que Clément comprou remédio para sua dor de ouvido e a leva para um restaurante lindo antes de começar a viagem. Retraída, ela não quer vinho mas quando chega o Chateau Neuf du Pape, o belo “rouge” brilhando nos copos de cristal, ela muda de ideia.
Aos poucos, os viajantes vão ficando mais próximos. Nada como uma bela paisagem e surpresas como um piquenique na grama perto do rio, para aproximar as pessoas.
Ela gosta de fotografar e Clément se interessa pelas fotos e elogia o seu talento para o detalhe.
Ou seja, Anne estava carente disso tudo que faz da vida uma experiência única. Quando ela diz que sua flor preferida é a rosa, no próximo posto de gasolina, enquanto ela compra chocolate, ele vai e volta com o carro cheio de rosas esplêndidas e perfumadas.
No caminho visitam pequenos museus, ruinas romanas românticas e restaurantes escondidos com “chefs” maravilhosos que proporcionam surpresa e delícia para Anne.
Há sutileza e elegância durante todo o trajeto e por isso “Paris pode Esperar” encanta a plateia.
Um filme delicioso, em todos os sentidos. Não perca!




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