“Rei Arthur - A Lenda da
Espada”- “King Arthur - Legend of the Sword”, Estados Unidos, Austrália, Reino
Unido, 2017
Direção: Guy Ritchie
Todo mundo já ouviu falar de
Camelot. Tantos livros, filmes, musical da Broadway, animação. Mas há sempre um
modo novo de olhar a saga do Rei Arthur. Foi o que fez o talentoso diretor
inglês Guy Ritchie, 48 anos.
Aqui, ele é um menino que
olha assustado e escondido a morte de seu pai, o rei Uther Pendragon e vai
parar num bordel, onde esquece suas origens até que é chamado ao seu destino.
Só em sonhos terríveis, dos quais acorda assustado, é que Arthur vai começar a
lembrar-se daquela noite de onde foge desde que ela aconteceu.
O másculo e simpático Charlie
Hunnam é Arthur quando jovem. Camelot e Guinevere estão longe ainda no tempo e
ele tem que lutar contra o demoníaco tio Vortigern que assassinou seu pai e sua
mãe, para merecer “Excalibur”, a espada mágica e poderosa forjada por Merlim, o
mago, que vai fazê-lo rei das terras que muito depois virão a ser a Inglaterra.
Guy Ritchie cria um mundo de
sombras e fogo, animais mágicos, soldados sem rosto, uma torre macabra, um poço
onde mora a maldade e uma Londonium medieval, que vai ser a Londres que
conhecemos, que é palco de lutas corpo a corpo, flechas e espadas que se
chocam, em suas ruelas estreitas.
E é de lá que sai Arthur,
criado pelas moças do bordel, que o encontraram enrolado em peles num barco que
chegou às margens do rio. Outros heróis, de outras culturas também nasceram das
águas para outras vidas.
O tema principal do filme é o
renascer de Arthur para tornar-se rei e derrotar seus inimigos. Ele é bem
intencionado e não é cego pela ânsia do poder. Ao contrário, vai ter que
entender que precisa abandonar sua vida simples para tornar-se o protetor do
povo e criar um reinado de paz.
Apenas uma mulher, a maga
(Astrid Bergès-Frisbey) tem lugar nessa história. Nem a bela Dama do Lago, que
aparece numa das mais bonitas cenas do filme, flutuando nas águas
transparentes, com seu vestido de águas-vivas, ajudando Arthur a recuperar
Excalibur, tem relevância.
O pai, o masculino, a
potência do falo, o poder, o autoconhecimento da força do corpo e da mente é
que vão criar o rei Arthur. O bem e o mal, o pai (Eric Bana) e o tio (Jude Law)
brigam por Arthur. E fica claro que um menino precisa de um modelo masculino e
do amor do pai para tornar-se homem.
Por isso, o filme é todo
músculos, pernas, corpos em luta, muita testosterona e adrenalina, não
esquecendo a camaradagem entre companheiros que, sem solenidade, com humor e
valentia, vão se tornar os Cavaleiros da Távola Redonda.
Bom entretenimento, visual
atraente, cenas em câmara lenta e rápida, figurinos que lembram o contemporâneo
nos detalhes, a música de percussão de Daniel Pemberton, tudo isso faz com que
“Rei Arthur-A lenda da Espada”, mereça ser visto.
Apesar de um pouco
atordoante, tenho que reconhecer.
Charlie Hunnam entrega uma performance decente como o Rei, porém, em alguns momentos, deixa seu lado Jax Teller, de Sons of Anarchy, falar mais alto e temos a sensação de estar assistindo um episódio medieval da série. Falar do Charlie Hunnam significa falar de uma grande atuação garantida, ele se compromete com os seus personagens e sempre deixa uma grande sensação ao espectador. Eu amo os filmes com charlie hunnam O mesmo aconteceu com esta produção, Rei Arthur a Lenda da Espada que estreará em TV para mim é um dos grandes filmes de Hollywood.
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