Direção: Paolo Sorrentino
Todo ano, pessoas ricas do mundo inteiro reúnem-se na
Suíça, em hotéis-spa dedicados a tratamentos de rejuvenescimento.
É um desses templos de luxo, calma e busca de saúde que
vamos compartilhar, por um tempo, com Michael Caine, um famoso maestro e
compositor, Fred Ballinger, seu amigo da vida toda, Mick Bayle (Harvey Keitel),
a filha dele e assistente, Lena Ballinger (Rachel Weiz) e o ator de Los Angeles,
Jimmy Tree (Paul Dano).
Nem todos são velhos, há jovens também por lá, como Lena
e Jimmy, mas há uma coisa em comum: não estão bem de espírito. Acreditam que
cuidando intensamente do corpo, com todo tipo de massagens, saunas, banhos
termais, checkups médicos e alimentação bem cuidada, vão se livrar de um peso,
tanto físico como da alma.
Outros ainda, são movidos também por desejos de realizar
um projeto importante.
Assim, o ator, que sempre é lembrado por um papel de
robô, quer preparar-se para interpretar um personagem em seu próximo filme e por
isso observa os hóspedes e procura detalhes no comportamento
deles.
O cineasta Mick precisa acabar de escrever o roteiro de
seu filme “O Último Dia da Vida” e para isso levou sua equipe de colaboradores
para um “brainstorm” nas montanhas. Sua estrela fetiche, interpretada numa ponta
bem aproveitada por Jane Fonda, selará o sucesso do filme, seu testamento
cinematográfico, pensa ele.
Um monge budista, que vem há 20 anos para esse lugar,
quer levitar no jardim.
Um ídolo do futebol, gordo e fora de forma, caminha
apoiado numa bengala, está longe de seus dias de atleta mas ainda dá autógrafos
para uma pequena multidão de admiradores. Qualquer semelhança com Maradona é
mera coincidência?
E a bela Miss Universo ( a romena Madalena Diana Ghenea)
desfila nua, para a surpresa e o encanto dos dois amigos envelhecidos, que só
podem contemplá-la embevecidos, enquanto ela usufrui do prêmio do concurso, uma
semana no palácio da Suíça. De quebra, ela responde à altura às ironias do ator
americano. Belíssima e inteligente. É a juventude do
título.
Porque os amigos envelhecidos nem sequer conseguem
lembrar-se da própria juventude. Da infância menos ainda. Consolam-se passeando
pelos caminhos em meio a campos floridos, montanhas nevadas e vaquinhas com
sinos no pescoço. Se ao menos eles pudessem aproveitar o presente, o momento que
vivem... Mas estão mais interessados em falar sobre suas próstatas e de uma bela
atriz que ambos amaram no passado, Gilda Black.
O maestro sombra numa depressão raivosa toda vez que
alude às suas “razões pessoais” para negar-se a dar um concerto com suas “Simple
Songs” para a Rainha da Inglaterra.
As repreensões de sua filha, também deprimida porque foi
abandonada pelo marido, não ajudam em nada, já que ela não quer ser consolada
por ele, que foi um pai ausente. Quer a mãe, mas ela não está mais entre
eles.
O filme de Paolo Sorrentino (“A Grande Beleza” ganhou o
Oscar de melhor filme de 2014) é interessante pelo assunto escolhido, tem
cenários belíssimos, atores estupendos, música de David Lang inspiradora mas é
quase como uma colcha de retalhos preciosos. Falta algo?
Vem no final, doce e arrebatador. E Michael Caine, 83
anos e dois Oscars de ator coadjuvante, encerra o filme com uma grande atuação e
emociona todo mundo. E quem resiste a Sumi Jo?
Muito bom post o filme vale a pena assitir. Quando vi o elenco de Despedida em grande estilo, automaticamente escrevi nos filmes que deveria ver porque o elenco é realmente de grande qualidade, ancho que é umo dos mais divertidos, eu adoro Michael Caine filmes, éste é um dos meus preferidos, por que sempre leva o seu personagem ao nível mais alto da interpretação, seu trabalho é dos melhores. Eu ri muito
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