Direção: Nicolaj
Arcel
Um romance proibido que muda a história
de um país. Isso é o que vocês vão ver se assistirem ao filme dinamarquês, “O
Amante da Rainha”.
Aconteceu de verdade e, por isso, a
trama é tão empolgante e próxima de nós, quando se trata dos afetos, porque os
personagens são gente como a gente e, no entanto tão restringidos pelos costumes
da época e todo o protocolo da realeza.
“O Amante da Rainha” é daqueles filmes
de época bem cuidados, com toda a pompa da corte da Dinamarca no século XVIII
reconstituída com arte e contrastando com a miséria dos cidadãos comuns do
reino.
Nesse sentido é um filme político com
imagens que falam por si mesmas e mais eloquentes do que qualquer
discurso.
Todo mundo entende o que se passa nesse
reino quando vê os súditos da realeza conviverem com fome, doenças e ratos,
enquanto passam por eles as carruagens com os “royals” vestidos de seda e
ostentando adornos preciosos.
E é exatamente aí que o filme não é
como qualquer outro que conta uma história daquela época. Tanto é assim, que o
roteiro de “O Amante da Rainha” ganhou o Urso de Prata no último Festival de
Berlim.
Tudo começa quando a bela inglesa
Caroline Mathilde (Alicia Vikander) chega à Dinamarca casada por procuração com
o rei Christian VII (Mikkel Folsgaard, que ganhou o prêmio de melhor ator em
Berlim). Culta, delicada, bem educada, ela é exposta aos modos extravagantes do
rei, seu marido, que prefere a bebida, a caça, seu cachorro e as prostitutas, a
ela, sua rainha.
Em sua insana infantilidade, o rei não
reina, deixando tudo na mão de seus ministros. E as coisas chegam a um tal ponto
que é preciso encontrar um médico que cuide do rei.
E é aí que entra em cena o belo homem e
excelente ator que é Mads Mikkelsen, que ganhou o prêmio de melhor ator no
festival de Cannes por seu papel em “A Caça”. Ele se torna amigo e conselheiro
do rei, que o adora.
Mas como o filme não conta somente mais
uma história de um romance vivido por uma rainha insatisfeita, vamos assistir ao
encontro de dois seres, que tudo aproxima. São ambos cultivados, amam as mesmas
leituras, interessam-se pelas idéias do Iluminismo (movimento filosófico
francês) e principalmente, são pessoas verdadeiramente empenhadas em trazer para
a Dinamarca o progresso e as mudanças de mentalidade que aconteciam na
Europa.
A história dos amantes é triste mas, ao
mesmo tempo, bem sucedida. O amor deles gera um fruto que mudará a
Dinamarca.
O filme, muito bem dirigido por Nicolaj
Arcel foi indicado a melhor filme estrangeiro do ano.
A beleza e o idealismo de uma história
de amor entre duas pessoas tão especiais, merece ser vista por quem aprecia
filmes de época com
conteúdo.
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