terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O Amante da Rainha

 
“O Amante da Rainha”- “Ein kongelic affaere” Dinamarca, Suécia, República Tcheca 2012
Direção: Nicolaj Arcel

Um romance proibido que muda a história de um país. Isso é o que vocês vão ver se assistirem ao filme dinamarquês, “O Amante da Rainha”.
Aconteceu de verdade e, por isso, a trama é tão empolgante e próxima de nós, quando se trata dos afetos, porque os personagens são gente como a gente e, no entanto tão restringidos pelos costumes da época e todo o protocolo da realeza.
“O Amante da Rainha” é daqueles filmes de época bem cuidados, com toda a pompa da corte da Dinamarca no século XVIII reconstituída com arte e contrastando com a miséria dos cidadãos comuns do reino.
Nesse sentido é um filme político com imagens que falam por si mesmas e mais eloquentes do que qualquer discurso.
Todo mundo entende o que se passa nesse reino quando vê os súditos da realeza conviverem com fome, doenças e ratos, enquanto passam por eles as carruagens com os “royals” vestidos de seda e ostentando adornos preciosos.
E é exatamente aí que o filme não é como qualquer outro que conta uma história daquela época. Tanto é assim, que o roteiro de “O Amante da Rainha” ganhou o Urso de Prata no último Festival de Berlim.
Tudo começa quando a bela inglesa Caroline Mathilde (Alicia Vikander) chega à Dinamarca casada por procuração com o rei Christian VII (Mikkel Folsgaard, que ganhou o prêmio de melhor ator em Berlim). Culta, delicada, bem educada, ela é exposta aos modos extravagantes do rei, seu marido, que prefere a bebida, a caça, seu cachorro e as prostitutas, a ela, sua rainha.
Em sua insana infantilidade, o rei não reina, deixando tudo na mão de seus ministros. E as coisas chegam a um tal ponto que é preciso encontrar um médico que cuide do rei.
E é aí que entra em cena o belo homem e excelente ator que é Mads Mikkelsen, que ganhou o prêmio de melhor ator no festival de Cannes por seu papel em “A Caça”. Ele se torna amigo e conselheiro do rei, que o adora.
Mas como o filme não conta somente mais uma história de um romance vivido por uma rainha insatisfeita, vamos assistir ao encontro de dois seres, que tudo aproxima. São ambos cultivados, amam as mesmas leituras, interessam-se pelas idéias do Iluminismo (movimento filosófico francês) e principalmente, são pessoas verdadeiramente empenhadas em trazer para a Dinamarca o progresso e as mudanças de mentalidade que aconteciam na Europa.
A história dos amantes é triste mas, ao mesmo tempo, bem sucedida. O amor deles gera um fruto que mudará a Dinamarca.
O filme, muito bem dirigido por Nicolaj Arcel foi indicado a melhor filme estrangeiro do ano.
A beleza e o idealismo de uma história de amor entre duas pessoas tão especiais, merece ser vista por quem aprecia filmes de época com conteúdo.

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