Direção: Ben
Lewin
Não é de hoje que as
pessoas sofrem com dificuldades em sua vida sexual. É nessa área que se
manifestam sintomas que não são apenas físicos mas psíquicos.
Geralmente, essas pessoas
procuram terapia para conversar sobre essas dificuldades e eventualmente são
medicadas.
Sabemos que para os
homens, hoje em dia, “a pílula azul” é um dos remédios mais vendidos do
mundo.
Mas em “As Sessões”, o
assunto do sexo é abordado em circunstâncias diferentes.
O filme conta a história
baseada na vida do poeta Mark O’Brien (vivido com entrega na tela por John
Hawkes), contada por ele mesmo num longo artigo publicado nos Estados
Unidos.
Paralítico desde a
infância por causa de poliomilite, ele precisa viver dentro de um pulmão
artificial várias horas por dia e dormir dentro da máquina.
Está à mercê de
cuidadoras que o lavam, vestem alimentam. Ele nem ao menos consegue coçar seu
próprio nariz, que dirá masturbar-se quando tem ereções
espontâneas.
Acontece que Amanda, uma
das cuidadoras, faz nascer em Mark uma necessidade de intimidade física que
nunca experimentara. Apaixona-se por ela e quer casar. Mas, aos quase 40 anos
Mark é virgem.
Amanda fica assustada com
as urgências de Mark e vai embora.
Dotado de um fino senso
de humor, Mark vai falar de suas agruras e vontade de experimentar o sexo, com
ninguém menos que um padre católico, o ótimo ator William H. Macy, que, muito
humano e acolhedor, o ajuda a pensar.
Depois de algumas
dificuldades, Mark vai parar nas mãos de uma terapeuta sexual (Helen Hunt,que
ganhou o Oscar com “Melhor é Impossível” indicada novamente como melhor atriz
coadjuvante por esse papel).
Ela muda a vida
dele.
Para nós brasileiros, soa
estranha essa profissão. Mas nos Estados Unidos, a partir dos anos 70, ela é
legalmente exercida por profissionais qualificados. Uma delas, Cheryl Cohen,
inspirou a personagem de Helen Hunt em “As Sessões”.
Numa entrevista, ela
explica como trabalha:
“São oito sessões, em
cada uma há experiências diferentes, não só sexuais. Ajudo a pessoa a relaxar.
Ao tocar um cliente pela primeira vez, não quero que a pessoa pense em ereção. O
ponto é fazer com que se conheça e se abra para o prazer.”
Para Mark, o personagem
do filme, estar com Cheryl ajudou-o a recuperar a auto-estima e o sexo tornou-se
mais fácil e recompensador para ele.
Mas é complicado. Esse
tipo de relação envolve forçosamente um vinculo afetivo entre os envolvidos. E
pode trazer mais complicação do que solução.
Em todo caso, o diretor
Bem Lewin, ele mesmo também vítima da pólio, com um bom roteiro na mão e ótimos
atores, consegue passar uma empatia com os personagens de seu filme, que resvala
para um fim um tanto piegas. Pecadilho perdoável.
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