Direção: Mark
Webb
“Quem sou
eu?”
Essa é a pergunta que
Peter Parker se faz desde aquela noite triste e inesquecível. O escritório do
pai cientista vandalizado, ele recolhendo papéis de um lugar secreto, apagando
seus últimos cálculos da lousa e, com o filho e sua mãe assustada, deixando a
casa às pressas.
Na casa do tio Ben e da
tia Amy, aquelas palavras difíceis de ouvir:
“Você vai ficar aqui.
Comporte-se meu filho.”
E ele nunca mais viu seu
pai e sua mãe. Tinha pouco mais de 6 anos.
Cresceu tímido mas uma
qualidade o distinguia dos outros meninos do colégio. Ele sempre protegia os
mais fracos.
E foi assim que se
aproximou de Gwen. Depois daquela briga com Flash, o garoto atrevido que
liderava a turma da baderna, zoneando um garoto menor que
eles.
Sempre com seu skate a
tiracolo e a máquina fotográfica , Peter Parker (Andrew Garfield, convincente e
comovente) se encanta com aquela mocinha bela, simpática e segura de si (Emma
Stone), que o olha com seus olhos azuis sorridentes.
Como vocês podem ver, a
história do Homem Aranha é contada agora de um modo diferente da versão de
2002.
O que vai ser o foco da
trama é a procura de si mesmo. “O quem sou eu” é a pergunta que Peter Parker
vive se fazendo, antes mesmo de ser mordido pela famosa aranha e desenvolver
características de força e equilíbrio aracnídeos.
Ele é um garoto bom, tem
princípios e não se conforma com a perseguição da policia e a ideia de ser um
criminoso. Ele se vê como sempre foi: um vigilante do bem.
Obedecer ao pai
desaparecido, exercer a responsabilidade de que ele tanto falava, mantinha o pai
vivo em sua mente, fiel à promessa que fizera a ele.
Apesar do carinho do tio
Ben (Martin Sheen, ótimo) e da tia Amy (Sally Fields), ele não se cansa de
procurar investigar porque o pai desapareceu.
Quem o escuta e
aconselha é Gwen, que ele visita entrando pela janela do seu
quarto.
O passeio noturno
através das luzes de Nova Iorque no balanço das teias que o Aranha vai tecendo,
embala os dois num doce romance, criado pelo diretor Mark Webb, em seu segundo
longa. Quem já viu “500 Dias com Ela”- “(500) Days of Summer” de 2009, sabe que
para Webb a adolescência é o lugar privilegiado do romance e da busca de
identidade.
E são essas
características que fazem o personagem dos quadrinhos se tornar simpático para
as plateias e por isso estar batendo recordes de bilheteria por onde passa.
Afinal ele é o único super-heroi que é humano, jovem e romântico. A aranha só dá
mais charme e força ao garoto.
As lutas do final do
filme agradam a quem gosta de ação e o 3D é usado para dar um frio na barriga da
gente cada vez que ele dá um pulo no escuro.
Não percam a cena
surpresa final, depois dos créditos, onde se pode adivinhar que, na sequência,
grandes desafios esperam o Homem Aranha que tem verdadeira adoração pelo pai
desaparecido.
O filme é um espetáculo
mesmo para quem não tem especial predileção por filmes de
super-herois.
O Homem Aranha comove. E
isso é uma novidade bem-vinda nesse gênero de filme.
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