Direção:
Saul Dibb
A seda do
vestido verde claro acaricia a grama do seu jardim secular. Giorgiana Spencer
(antepassada de Lady Di) brinca com seus amigos e amigas, todos da aristocracia
inglesa. Aos 16 anos, ela é alegre, romântica e dona das ideias que divertem
seu grupo.
Bela,
cabelos ruivos, tez delicada, olhos de gazela, corpo esguio e desejável, ela
tem carisma.
Mas sua vida
de mocinha está para acabar. Sua mãe (Charlotte Rampling, sempre perfeita) vai
casá-la com o Duque de Devonshire, o homem mais importante do reino, que
preside o partido Whig e é riquíssimo. Muito mais velho do que ela e solteiro.
Ralph Fiennes consegue dar alma ao personagem que, de Giorgiana, só quer um
herdeiro.
A história
que vai ser contada no filme é real e começa na Inglaterra em 1774. Lady
Giorgiana Spencer, futura Duquesa de Devonshire (Keira Knightley, maravilhosa),
personagem fascinante, vai se tornar uma das mulheres mais célebres de seu
tempo que, deve ser lembrado, dava muito pouco espaço às mulheres.
Apesar do
casamento ser um desapontamento para G, como ela é chamada pelos íntimos, já
que o marido não é carinhoso na cama, não conversa com ela, preferindo a
companhia de seus cães, ela se esforça para agradar.
Trata como
filha a menina que vem morar com ela, fruto de uma relação do duque antes do
casamento e é mãe de duas meninas adoráveis, que não merecem a atenção do pai.
G é maternal
por natureza e é um encanto ver como ela brinca com as meninas.
Além de
bela, a duquesa tem bom gosto e não tarda a tornar-se a imperatriz da moda em
Londres. O que ela usa hoje, todas vestirão amanhã.
Interessada
pelas ideias de liberdade e de um mundo novo, que vinham da Europa e da
América, ela empresta sua popularidade ao partido Whig e é a atração dos
comícios do jovem Charles Gray (Dominic Cooper), seu amigo de infância que
ambiciona tornar-se Primeiro Ministro. Ele vai conquistar o coração de G e ela
vai pagar um alto preço por seu amor.
Pior, vai
ter que se sujeitar a um casamento a três com Lady Elizabeth Foster (Hayley
Atwell).
O filme de
Saul Dibb é muito bem cuidado. Reprodução de época, cenários belíssimos no
campo inglês, castelos, recriação fantasiosa de chapéus, joias e vestidos, tudo
de encher os olhos. É agradável de se ver, apesar de não ter a pretensão de
aprofundar o psicológico dos personagens.
Quem gosta
de filmes de época não vai ter do que reclamar.
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