“Conexão Escobar”- “The Infiltrator”, Estados Unidos,
2015
Direção: Brad Furman
Todo mundo já ouviu falar de Pablo Escobar, o mais
famoso traficante de cocaína do mundo, que se tornou um dos homens mais ricos de
sua época, morto em 1993, aos 44 anos, na cidade de Medellín na
Colômbia.
Ele liderou o cartel de Medellín, que no seu auge
ganhava mais de 70 milhões de dólares por dia (22 bilhões por ano). Dizia-se que
Escobar movimentava 1 milhão de dólares por dia e era dono de uma riqueza
estimada de 13 bilhões.
E o poderoso dizia, a respeito de seu
negócio:
“- Simples.Você compra alguém aqui, outro acolá e paga
um banqueiro amigo para ajudar a trazer seu dinheiro de
volta.”
O negócio da droga começou pequeno e os colombianos
guardavam seu dinheiro em galpões, em maços de notas fechados por elásticos.
Mas, quando os ratos começaram a roer o dinheiro, não gostaram do prejuízo e
passaram a procurar bancos estrangeiros gananciosos e sem nenhuma
moral.
Foi pensando nisso e com o plano de seguir o caminho do
dinheiro e não da droga, que o agente federal americano Robert Mazur,
interpretado por Bryan Cranston com toques geniais, achou que bancar o
especialista em lavagem de dinheiro iria levá-lo aos chefões do tráfico. Numa
cena brilhante, Robert “Bob” Mazur, com bigodão, personifica Bob Musella, rico
homem de negócios que lida com lavagem de dinheiro. Guiando um Rolls Royce e
calçando botas de pele de cobra, tenta fazer crer aos traficantes, aos quais
tinha acesso por um informante, que ele é o maior “lavador” de dinheiro dos Estados Unidos e
oferece seus serviços.
Infiltrado na máfia da droga, ele passa por sérios
perigos, até convencer os que estavam abaixo de Escobar que ele era aquilo do
que precisavam. Balas e facas apareciam de todo lado ao menor sinal de
desconfiança.
Mas, até chegar a Escobar, Bob Mazur vai ter que contar
com o auxílio precioso de seu parceiro Emir Abreu (John Leguizanno) e de uma
noiva de fachada, a bela Diane Kruger, ela também agente federal, em sua
primeira missão.
A dupla desfila figurinos exagerados e cafonas e
torna-se íntima do casal Alcano, próximos de Escobar. Kathy, a noiva, fica
gostando da mulher de Alcano e lamenta a perda da amizade dela quando tudo
termina. Isso mostra um detalhe importante da ambiguidade vivida pelos
personagens dessa história real, apesar do filme evitar um aprofundamento maior
na psicologia dos envolvidos.
Uma das cenas mais tensas, mas que mostra a atuação
divertida de Cranston, envolve ele e sua mulher (Juliet Aubrey) diante de um
bolo de aniversário, que vai ter um fim inusitado para que Mazur não seja
desmascarado de seu disfarce, quando por acaso um dos chefes do tráfico entra no
restaurante em que o casal estava.
O roteiro, escrito pela mãe do diretor, Ellen Brown
Furman, baseia-se na autobiografia de Bob Mazur. E, apesar de, às vezes, parecer
embaralhar a narrativa da história, principalmente no começo, depois encontra
seu ritmo.
Mas não há como negar que o brilho do filme depende do
ator de “Breaking Bad”, que constrói esse personagem da vida real, com tanto
talento e pequenos detalhes, que não conseguimos desgrudar os olhos dele.
Indicado para o Oscar de melhor ator no ano passado por “Trumbo”, ele merece uma
outra indicação na lista dos melhores do ano. Com certeza.
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