“Planeta dos Macacos – O Confronto”-
“The Dawn of the Planet of the Apes”, Estados Unidos, 2014
Direção: Matt Reeves
Quase que o mundo acabou. Pelo menos para quem pensa que
os seres humanos são o mundo.
Uma epidemia criada por um vírus de laboratório, através
de experiências com macacos, fugiu ao controle dos cientistas e dizimou quase
toda a humanidade.
Agora, o planeta apagou. Sem eletricidade, nem meios de
comunicação para os possíveis sobreviventes.
Em São Francisco, um grupo de humanos tenta imaginar
como sair desse estado de miséria. Gay Oldman que faz o líder,
diz:
“- Precisamos voltar a ser quem
éramos.”
É preciso pagar qualquer preço.
Malcolm (Jason Clarke), mulher, filho e um grupo, partem
para tentar consertar uma hidroelétrica que iluminaria a parte da cidade onde
moram.
Por outro lado, na floresta de Muir, próxima de São
Franciso, os macacos se reuniram para sobreviver, criando uma sociedade onde
todos se respeitam. Os pequenos aprendem na escola do simpático orangotango
Maurice:
“Macaco não mata macaco.”
O líder chimpanzé Caesar (Andy Sarkis) defende a paz
entre os macacos e os homens para preservar os valores conquistados. Contra ele
se coloca Koba (Toby Kebbell) que, apesar de ser o braço direito de Caesar, quer
a guerra com os humanos.
“- Koba só aprendeu uma coisa com os homens, o ódio”,
diz Caesar a seu filho adolescente, Olhos Azuis.
Koba é uma figura escura, grandes caninos arreganhados,
agressivo. Foi cobaia de laboratório por muitos anos e carrega cicatrizes no
corpo e na memória. Não gosta de humanos.
Caesar, ao contrário, foi bem tratado pelos homens que o
acolheram desde muito pequeno e o ensinaram a falar. Teve a sorte de ser
escolhido para uma experiência que exigia carinho dos seres humanos para com os
bebês chimpanzés. Esse é um traço que o faz diferente dos outros macacos que se
comunicam por grunhidos ou gestos. Para que possamos compreendê-los sempre que
“falam” algo, há letreiros.
O filme “O Planeta dos Macacos – O Confronto” é
interessante justamente por essa questão que o roteiro coloca: o que aproxima e
distancia o homem do macaco? Ou seja, macacos podem se aproximar dos homens por
sua conduta e vice-versa?
Matt Reeves, o diretor desse capítulo da saga iniciada
em 1963 com “O Planeta dos Macacos”, saiu-se muito bem. Seu filme é convincente
no uso das novas tecnologias. Seus macacos se movimentam como símios, escalam
torres, pulam de galho em galho mas em seus olhos demonstram o que sentem.
O filme não quer ser maniqueísta e mostra que há macacos
bons mas que lutam quando precisam defender-se e há homens bons mas, que quando
assustados, reagem matando.
O sub-texto contra o uso de armas é bem
explícito.
A música de Michael Giacchino ajuda a criar tensão e
fica muito presente nas cenas de batalha. A fotografia em tons azuis e cinzas da
primeira parte do filme, é belíssima.
O “close” final em Caesar não deixa dúvidas que haverá
mais histórias para contar em outros filmes.
Esse é um filme de ação que agrada mesmo a quem não
gosta do gênero, porque não vive de explosões e destruição e leva à
reflexão.
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