“Lucy”- Idem, Estados Unidos,
2014
Direção: Luc
Besson
Intrigante e belo, mesmo quando é muito
violento. Assim é “Lucy”, o novo filme do diretor francês, 55 anos, Luc
Besson.
Uma célula se dividindo é a primeira
imagem na tela. As esferas brilham e se interpenetram. Em “off” uma voz de
mulher pergunta:
“- A vida começou há um bilhão de anos.
O que fizemos com ela?”
Cenas de grandes metrópoles com muita
gente apressada nas ruas, tráfico pesado, cacofonia de ruídos. Na noite, luzes,
música berrando, bebidas, drogas. Excitação.
As cenas se passam ora em Taiwan,
envolvendo Lucy, ora em Paris, onde o professor Norman faz uma
palestra.
“- Você sabia que a primeira mulher
chamava-se Lucy?” pergunta um cowboy que tenta convencer uma bela loura a
entregar uma maleta. Ela se recusa e ele acaba algemando a maleta no pulso
dela.
Aturdida, ela cai sob o domínio de uma
gangue de traficantes de Taiwan. Uma droga, de uma bela cor turquesa, será
contrabandeada para capitais da Europa, de uma forma violenta e
cruel.
Lucy vai passar por experiências
terríveis e ao mesmo tempo inefáveis.
O professor em Paris pergunta aos
alunos:
“- Vocês sabem que não usamos todo o
potencial de nosso cérebro? O golfinho usa e desenvolveu um radar
perfeito.”
Na tela vemos cenas da natureza.
Animais seguindo seus instintos de caça e procriação.
“- Fomos os únicos a desenvolver
cultura”, continua o professor, “mas paramos de usar o potencial do nosso
cérebro. A evolução precisa de uma revolução.”
Enquanto
ele expõe suas teorias a alunos atentos, Lucy é exposta à droga que colocaram
dentro de seu corpo, num recipiente que estoura.
Uma extraordinária experiência vai
começar para ela. Lucy vai ser o primeiro ser humano a experimentar o total uso
de seu cérebro, efeito da droga desconhecida. Vai se tornar uma super- mulher.
Não vai ser fácil mas será fascinante assistir a isso.
Scarlett Johansson ( “Ela”, “Sob a
Pele”) atua com intensidade,
sensualidade e talento para convencer a plateia sobre o que acontece em seu
corpo.
E Luc Besson cria mais uma de suas
heroínas (“Nikita”e “O Quinto Elemento”) com suspense, ação, violência e imagens
deslumbrantes.
O filme explora de forma superficial e
lúdica teorias da nova Física e mesmo ideias da psicanálise, como por exemplo a
existência de um inconsciente coletivo em todo o ser humano, que o conecta a
toda a história da humanidade.
Lucy vai experimentar uma nova
realidade psíquica, telepatia, levitação, ação à distância com o pensamento,
acesso às memórias alheias e às próprias, as mais antigas. É comovente sua
conversa pelo telefone com a mãe.
Ela se transforma rapidamente e, com
mais droga em seu corpo, ao conseguir usar 100% da capacidade de seu cérebro,
vai nos aturdir com uma genial viagem no tempo.
O filme vai agradar a quem gosta de
divertir-se com novas ideias e especular sobre a natureza
humana.
Além disso, é um filme bonito de se
ver, os efeitos especiais são muito bem usados e a dupla Scarlett Johansson e
Morgan Freeman é muito competente.