Direção: Vikas Bahl
A casa de Rani, em Nova Delhi, está tumultuada. Daqui a dois
dias ela vai se casar e muitos são os preparativos que a envolvem e também às
amigas e parentes que vieram para a festa.
Rani sabe que seu nome que dizer “Rainha” e se sente o
centro das atenções. E gosta disso, apesar de ter fama de ser tímida. Um véu
vermelho bordado de dourado emoldura seu rosto radiante.
Rani é morena de pele clara, longos cabelos negros e grandes
olhos num rosto harmonioso. Seu casamento com Vijay (Raj Kummar Ra) não foi um
daqueles arranjados pela família. Eles se amam, ela tem certeza. Sonha com o
futuro, enquanto suas mãos estão sendo pintadas com hena, um costume indiano.
Todas as convidadas cantam e dançam, celebrando a felicidade
de Rani. Palitos de fogos de artifício iluminam mais ainda a cena colorida e
alegre.
Mal sabe Rani que a visita do noivo no dia seguinte vai cair
como uma bomba:
“ - Rani, sinto muito, não posso me casar com você. Minha vida
mudou. ”
Estão num pequeno café e Rani chama a atenção de todos
porque é impossível não chorar com essa notícia abrupta que muda toda a vida e
os sonhos dela.
Rani chega em casa e se tranca no seu quarto. A mãe chora e
o pai não sabe o que fazer.
Rani relembra como se conheceram na loja de doces do pai
dela. Ele a perseguia em todos os lugares e chamava Rani de “My Queen”. Um dia
apareceu numa moto com balões vermelhos em forma de coração. Como não se
apaixonar por aquele rapaz romântico?
Ele vai estudar Engenharia em Londres e diz que tatuou o
nome dela no coração. Todas essas lembranças machucam.
Mas Rani, no dia seguinte, surpreende a família dizendo que
vai fazer a lua de mel sozinha. Enlouqueceu?
Pois esse foi o primeiro passo na direção oposta a aquela
para a qual se preparara. Sem noivo, sem amigas, mal arranhando o francês, ela
voa para Paris. Sempre fora a cidade que ela quisera conhecer.
E lá vai nascer um nova Rani que enfrentará os obstáculos do
caminho enfrentando tudo com forças internas que ela não sabia que tinha.
Adeus à Rani chorona. Benvinda a nova Rani, de cabelos
soltos, aberta para as coisas boas que a vida tinha para oferecer. Mas sem
perder seu jeitinho correto de ser.
O filme foi sucesso de público e crítica. A atriz principal,
Kangana Ranaut, é muito expressiva e o elenco dá uma piscadela para o tema do
racismo e da aceitação do diferente, já que reúne jovens de todas as cores de
pele.
Como o orçamento era baixo foi filmado “in loco”, tanto em
Paris como em Amsterdan, o que deu bastante cor local ao filme, com cenários
verdadeiros e uma bela fotografia.
“Queen” nos fala também da nova mulher que nasce na Índia,
se aventurando sozinha pelo mundo e aproveitando as oportunidades que a vida
oferece. O casamento não será o único destino dessa nova mulher que pode
escolher o que quer viver, sem a tutela dos pais e dos casamentos arranjados
respeitando castas.
É um filme sem pretensão mas que diverte. E como em todo
filme indiano, muita música mas que aqui segue o roteiro e as aventuras de
Rani.
Vale ver.
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