Direção: Hakan Yunat
Aqueles dois tinham tudo para se desencontrar mas os caminhos
do amor são indecifráveis e misteriosos.
Ali (Ibrahim Çelikkol), 30 anos, homem bonito, alto, forte,
olhos expressivos, está encurvado e encolhido quando o encontramos pela
primeira vez, no estacionamento onde era vigia noturno. O mundo lhe pesava às
costas. O que teria acontecido?
Hazal (Belçim Bilgin) aparece no estacionamento para levar
comida ao tio. Quando Ali a vê fica hipnotizado. Não consegue falar. Algo
imenso os une desde o começo.
Ali é lunar, sombrio, culpado. Hazal é solar, alegre, faladeira.
Mas nem tudo aparece num primeiro encontro entre esses personagens. Aquele
vínculo forte e tenebroso ainda vai surgir e fazer o seu papel.
Tudo é delícia e calor no começo. A luz de Hanal ilumina Ali
e ele se dá conta de que nascera para cuidar dela. Seu semblante se desanuvia,
seu corpo responde às carícias dela.
A casa dela, que é a deles agora, é um ninho de paz,
conforto e repouso. O dois precisavam daquilo que Ali fez com a casa e Hazal
desabrocha como as flores que ela tanto ama.
Mas a culpa que os dois sentem dá só uma trégua e de novo
vem castigar, principalmente Ali.
Hazal tem também uma culpa dolorosa no coração. Seus pais
morreram num acidente de carro que ela dirigia. Algo fez todos olharem um homem
em chamas que caia de um edifício. O choque de carros foi fatal para os pais de
Hazal e ela ficou cega.
Haverá uma maneira de desembaraçar esse novelo de linha com
tantos nós?
Dirigido pelo talentoso Hakan Yonat, o roteiro de Ceren
Aslan e Asli Zengin, baseado num filme sul coreano de 2011, nos faz sentir o
aperto do suspense.
A música original de Ylidiray Gurgen pontua com acerto os
momentos bons e os maus. E a fotografia espetacular de Soybut Toran nos mostra
lugares simples, belos e naturais, por onde circula o par de atores sedutores e
o elenco competente.
“Sadece Sen” é o filme ideal para esse Dia dos Namorados e
nos faz lembrar que sentimentos destrutivos só podem ser amenizados se houver
amor que possa ser vivido plenamente em suas diferentes faces por toda a nossa
vida.
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