“Os Últimos Czares”- “The Last Czars”, Reino Unido, 2009
Direção: Adrian McDowall e Gareth Tunley
A dinastia dos Romanov reinou na Rússia por 300 anos. O
último deles, Nicolau II, viveu uma tragédia. Ele e sua família, a czarina
Alexandra I, quatro filhas e o pequeno czar foram assassinados, com tiros a
sangue frio por bolcheviques que os tinham prisioneiros desde que tomaram o
poder na Revolução de 1917.
“Anastasia”, o nome de uma das princesas, criou uma lenda em
torno a ela quando apareceu em Berlim em 1924, dizendo que havia conseguido
escapar da matança. Ela aguçou a curiosidade do mundo pelos russos e a família
imperial. Livros e filmes se inspiraram nessa história que envolvia ambição e
teatralidade.
Esse documentário, um megadoc, que a Netflix apresenta, foi
criado pelos estúdios Nutopia, que mistura entendidos em história da Rússia,
que narram e explicam os fatos, ilustrados por cenas com ótimos atores (Robert
Jack, Susanna Herbert e Ben Cartwright) e alguns trechos de filmes da época.
Narra com dramaticidade a história do reinado de Nicolau II, o último czar,
desde sua coroação em 1894 até sua morte em 1918.
Contar o que aconteceu na Rússia nessa época é uma tarefa
ambiciosa e nem sempre de fácil compreensão. Foi um momento importante na
História do mundo. Abalou as monarquias europeias e criou a União Soviética.
O formato de “Os últimos Czares” é interessante e o roteiro
é bem formulado. Os historiadores que comentam os fatos são liderados por Simon
Sebag Montefiore, autor de “Os Romanov (1613-1918) ”.
São seis capítulos de uma hora que mostram o que aconteceu.
É claro que vai haver sempre alguém apontando que não era bem assim mas, em seu
todo, o megadoc dá conta do recado.
Nicolau II, Nicky como o chamavam na intimidade, era
apaixonado por sua mulher, Alexandra I, que era alemã. Ela lhe deu cinco
filhos. O último, um menino, seria o herdeiro do trono. Porém, infelizmente, o
menino era hemofílico, um segredo partilhado por poucos, que o fragilizava
porque qualquer tombo ou arranhão fazia com que perdesse muito sangue. E sua
vida poderia ser curta.
A czarina era devota de um monge siberiano que diziam ser
milagroso. Grigori Rasputin era um homem assustador. Corriam lendas sobre sua
sexulidade ávida e sua ambição de poder. Mas não parece ser correto dizer que
que teve um caso com a imperatriz. Ela precisava dele porque conseguia estancar
os sangramentos do pequeno czar e aconselhava Alexandra, que tinha um marido
bem intencionado mas alheio ao mundo fora do palácio. Seu governo era
incompetente e o povo estava já muito sofrido com as guerras, que dificultavam
a produção de alimentos e sacrificavam os camponeses.
A produção de arte é luxuosa, os cenários bem escolhidos,
figurinos lindos e uma boa reprodução da época.
“Os Últimos Czares” vai prender sua atenção. Você vai se
encantar com o visual e aprender sobre um episódio marcante da História.
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