“O Menino
que Queria Ser Rei”- “The Kid Who Would Be King”, Estados Unidos, 2019
Direção:
Joe Cornish
Tem ação e
lição. Tem herói e vilão. Mas tem muito mais do que os filmes para adolescentes
que vemos por aí. Porque ensina que, se o mundo foi levado a uma situação quase
apocalíptica, cabe às novas gerações mudar esse cenário.
O herói é
um garoto de 12 anos que está em crise. Alex (Louis Ashborne Serkis) vive a
adolescência perdido porque o pai não está com ele. Aquele que ele pensava ser
quem lhe abriria as portas do mundo.
Sem falar
que tudo está cada vez mais difícil e perigoso. As manchetes dos jornais
espelham um mundo trágico de guerras e fome, para o qual Alex não está
preparado.
A mãe dele
se esforça para estar lá, atenta ao que ele precisa. Mas o menino não lhe dá
muito crédito e talvez, pensa lá no fundo, foi por causa dela que ele se
mandou.
Seu pai
herói.
Até o dia
em que entra num edifício em demolição com o amigo Bedders (Dean Chaumoo),
descendente de indianos. Esse é o companheiro que Alex tenta proteger do
bullying que sofre na escola. Ele tem um bom coração.
E eis que
os dois se deparam com uma surpresa.
Lá está
ela. No meio das colunas de concreto semi destruídas, ela brilha. Será mesmo?
Alex se pergunta. Não. Só pode ser coincidência. Porque ele tem um livro que
adora, com a dedicatória do pai e que conta uma história antiga. Sobre o Rei
Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda. E é com a espada mágica, Excalibur,
que o rei Arthur luta para proteger seu reino.
Alex hesita
mas Bedders o anima. Aproxima-se da espada e tenta tirá-la da rocha onde está
firmemente enfiada. E eis que ela vem às suas mãos com facilidade.
Excalibur?
Ela mesma,
explica o novo aluno da escola, que se diz chamar Mertin mas é o mago Merlim
(Angus Imrie) que assume a forma de um falcão quando quer se safar de algo. Ele
faz parte da história do rei Arthur. E quer ajudar Alex e seus cavaleiros a
salvar a Inglaterra e o mundo da escravidão.
E quem está
por trás desse plano maligno? Morgana (Rebecca Ferguson), meia irmã do Rei
Arthur, aquela que cobiça a espada e o reino. Lá do fundo do mundo, ela está se
livrando das raízes que há muito a prendiam e já sente forças novas para
realizar um plano macabro. Seu exército de demônios fará o trabalho que ela
mandar. Com o mundo cada vez mais corrompido e fraco, Morgana aparece como uma
líder mundial despótica, aproveitando a brecha para tomar o poder e escravizar
primeiro os ingleses e depois o mundo.
Mas do lado
de Alex tem gente boa e corajosa, seus cavaleiros. Lance e Kaye (Tom Taylor e
Rhianna Dorris), são antigos inimigos transformados em amigos por causa de Alex
que soube convencê-los da missão de salvação do mundo.
E graças a
essa liderança, Alex traz para o seu exército outros meninos e meninas que
mudaram seus valores e aprenderam o código dos Cavaleiros da Távola Redonda que
ensina a amar os que estão próximos, lealdade e persistência na busca de seus
objetivos.
As armas
aqui não são canhões nem bombas.
O exército
de Alex veste armaduras de seus ancestrais e espadas para lutar contra Morgana.
Essas vestes são inspiração para lembrar que aquele país foi forjado por
bravos.
E Merlim
fecha o filme com chave de ouro fazendo lembrar que dentro de cada criança
habita uma velha e sábia alma. É preciso ouvir seus conselhos.
“Tudo que
vocês precisam para mudar o mundo está dentro de vocês.”
“O Menino
que Queria ser Rei” é um filme divertido que também ensina que a geração de
adolescentes de hoje em dia será a liderança de amanhã.
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