“O Impostor”- “The Forger”, Estados Unidos, 2014
Direção: Philip Martin
O amor entre pai e filho emociona e às vezes até surpreende.
Talvez porque a mãe é quase sempre o centro do afeto da família. Mas aqui, não
há mãe. Tanto Ray Cutter (John Travolta) que está na prisão e quer a liberdade
para estar com o filho Will (Tye Sheridan), quanto Joseph Cutter (Christopher
Plummer) avô de Will, que cuida do neto enquanto o filho está preso e já cuidou
do filho quando a mãe dele morreu, e ele tinha só 4 anos, são pais amorosos.
Quando o filme começa, Ray está preso mas consegue ser solto,
às custas de endividar-se pesadamente com um gangster. Por que ele faz isso se
tem que cumprir só mais dez meses?
Vamos entender essa aparente loucura de Ray quando vemos
Will, de 15 anos, ser levado para fazer quimioterapia no hospital. Ele tem um
tumor no cérebro, inoperável, mas não sabe. Claro que tem noção do câncer mas
pensa que pode curar-se. Mesmo porque é o que o pai e o avô passam para ele.
Ray, que na juventude aprendeu a gostar de pintura, tem
talento mas enveredou por caminhos errados. Mas ama o filho e o pai. Agoniado,
não sabe o que fazer para amainar a dor que sente.
Ray e Joseph são durões mas frente à perda inevitável, o
horror da morte de um filho e neto, estão perdidos.
Will é um garoto afetivo, que logo se liga no pai que chega
da prisão e percebe que ele se endividou para poder estar com ele. E, para
surpresa do pai, pede que lhe conceda três desejos: conhecer a mãe que o
abandonou ainda bebê, transar pela primeira vez e, finalmente, acompanhar e
ajudar o pai no esquema que ele adivinha que foi montado para pagar os 50.000
dólares, que é a dívida dele com o gangster que o tirou da cadeia.
“O Impostor” não é um grande filme. Mas é emocionante e
envolvente por causa da atuação de Travolta, Plummer e Sheridan. O trio
em ação faz com que a gente torça por eles.
John Travolta, que perdeu um filho de 16 anos, passa toda
uma gama de emoções para a plateia, que vai da revolta à aceitação do que vai
acontecer e a consciência de ter que aproveitar bem o tempo que resta.
“O Impostor” é um pequeno filme que toca nossos corações.
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