“Amar”- Idem, Espanha, 2017
Direção: Esteban Crespo
Todo amor na juventude tem algo de Romeu e Julieta. Um pouco
de drama também vamos ver nesses namorados jovens de “Amar”.
No caso do filme de Esteban Crespo, diretor espanhol que já
ganhou um Oscar por um curta metragem, e aqui estreia seu primeiro longa, o
amor é menor do que a atração física.
Laura (Maria Pedraza, muito linda) e Carlos (Pol Monen) tem
17 e 18 anos e se amam como se o mundo fosse acabar. A cena inicial já mostra
uma necessidade de fusão de Carlos, que inventou uma dupla de máscaras contra
gazes unidas. Os dois respiram o mesmo ar.
“- Quero respirar você! ”
Ou seja, quero ser o ar que você respira. Não posso viver
sem você.
Aqui já podemos pensar como esse amor é obsessivo, já que um
não pode ficar sem o outro. E a verdade é que são adolescentes e a sensualidade
está à flor da pele.
Logo os vemos na cama, aproveitando que a casa da tia está
vazia. Carlos diz que trouxe um presente mas que não é para abrir agora. Ela
desobedece e quando abre a caixa azul diz meio brincando:
“- Mas eu já tenho um...”
“ - Mas não é para você ” responde ele.
Ouve-se a voz da tia que volta para pegar algo esquecido mas
sai logo. Os dois se calam mas logo recomeçam.
No dia seguinte ele vai buscar Laura na escola e uma colega
corre atrás, trazendo a sacola com a caixa azul que ela esquecera na sala de
aula.
“- Você abriu a caixa? “
“ Não! Por que esse interrogatório? “
E Carlos com a cara fechada joga a sacola no lixo da rua.
Sentindo-se culpado, fica paranoico achando que Laura teria contado sobre o
conteúdo da caixa azul para suas amigas e agora toda a escola já sabia do
assunto.
O certo é que o ciúme de Carlos, companheiro da sua suposta
culpa por causa do objeto que estava dentro da caixa azul, vai envenenar o amor
deles. A insegurança do rapaz o leva a atormentar Laura e o clima pesa entre
eles.
Dão um tempo mas não conseguem ficar separados. E o pior é
que, quando estão juntos, o ciúme de Carlos e a necessidade de se afirmar como
homem, faz Laura ficar triste e ressentida, enquanto ele mergulha na depressão.
Amores de juventude, principalmente quando há satisfação no
sexo, tendem a acabar porque há tanta vida ainda para viver. Estão no início de
tudo que vai acontecer. E falta maturidade para enfrentar os desafios naturais
de toda relação amorosa.
Mas vale a pena ver o filme e recordar essa época de nossas
vidas.
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