domingo, 17 de outubro de 2010
Tropa de Elite 2
“Tropa de Elite 2 “- Brasil, 2010
Direção : José Padilha
“Apesar de possíveis coincidências com a realidade, este filme é uma obra de ficção”, adverte o letreiro que aparece na tela ainda negra. E já nos assalta no escuro o barulho de armas pesadas sendo carregadas.
Com quase três milhões de espectadores na semana de lançamento, “Tropa de Elite 2” é um campeão de bilheteria no mercado brasileiro de cinema. E, para evitar a pirataria que aconteceu com o primeiro filme, esse aqui foi distribuído pelo próprio diretor, José Padilha.
Esse sucesso nacional é um filme cruel, violento e competente. São imagens que petrificam, suspendem a respiração, grudam espectadores em suas poltronas. Assustam.
Muito sangue, barulho ensurdecedor de tiros, homens de uniforme preto armados correndo atrás de homens de shorts e camiseta armados, blindado negro subindo o morro e passando por cima de tudo, helicóptero qual ave de rapina matando sem dó nem piedade, o horror de corpos incinerados... Guerra.
O capitão Nascimento está de volta. Wagner Moura faz o personagem com o talento de sempre mas, há um tom diferente em sua voz grave, em “off”, narrando os acontecimentos. Coronel do Bope e logo Subsecretário de Segurança do Rio, ele mudou e vai mudar ainda mais durante o decorrer dos anos que o filme cobre.
O contraponto ao coronel Nascimento é o Fraga (Irandhir Santos), o defensor dos diretos humanos. No início do filme parece que ele é o palhaço da história. E o público ri do gordo na TV “macaqueando” o Fraga. Mas a trama desse filme é mais complexa que a do primeiro. Agora, o coronel Nascimento vai ter que rever muito daquilo em que acreditava piamente. Uma das certezas que vai ser abalada envolve seu filho que agora mora com a ex-mulher e seu marido, que, por ironia do destino é o Fraga, defensor dos direitos humanos desprezados por Nascimento.
Em “Tropa de Elite 2” há uma luta pessoal do ex- capitão do Bope contra o que ele chama de “sistema”, o maior responsável por tudo que há de ruim no Rio e que detém o poder e o dinheiro do tráfico. “O inimigo agora é outro” é o subtítulo do filme. Nascimento abriu o olho.
Na história da bandidagem e seus chefões no Rio de Janeiro houve uma troca de poder. Os traficantes deram lugar às milícias de policiais corruptos, protegidos e a mando de um poder político ganancioso e covarde, que compra votos, traindo a democracia. Essas odiosas milícias cariocas extrapolam o tráfico de drogas e hoje controlam tudo no morro e periferia do Rio.
Mais assustadores até que o próprio tráfico, vendem proteção. A máfia carioca.
E o povo da Cidade Maravilhosa?
Os moradores das favelas do Rio, na sua maioria gente de bem, que trabalha e sobrevive com dificuldade, aparece de relance no filme, assustados, se escondendo dos “manda-chuva” do crime, que encenam batalhas campais, matando quem se opõe a eles.
O povo carioca é a grande vítima desse “sistema” que enlouqueceu, perdeu os limites e institucionalizou o deboche, a malícia e o cinismo.
Mas a pergunta é: todo político é venal? Claro que não. Como quase todos os moradores do morro também não são bandidos. E esse é o limite de “Tropa de Elite 2”. Quando generaliza demais, perde a consistência e o poder de denúncia.
Sabemos todos que temos uma saída dessa situação perversa. Por exemplo, as Unidades Pacificadoras já instaladas nos morros cariocas. De dentro, protegem os cidadãos.
Mas não sejamos ingênuos. Claro que todos sabem que essa deturpação do estado de coisas na qual a polícia é que é o bandido, só vai acabar no dia em que a polícia for mais valorizada, bem paga e controlada por um Estado que exige ordem e recompensa quem faz a proteção do cidadão.
O Mal sempre vai existir entre nós. Mas vontade política do Bem também existe e existirá sempre.
Cabe a cada um de nós informar-se, abrir os olhos, separar o joio do trigo e exercer o direito do voto de forma consciente para eleger políticos que tenham ética, responsabilidade e, principalmente, compaixão do pobre povo brasileiro que não merece sofrer nas mãos de oportunistas.
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pois é, "nunca se viu antes neste país", um governo que apresenta uma solução para este problema tenebroso que assola o Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa.
ResponderExcluirAs unidades de polícia pacificadora estão dando certo e Dilma vai estendê-las para todo o território nacional.
Um belo exemplo de parceria entre governo federal, estadual e municipal.
Não entendo alguém que não vote na Dilma.
Fico pensando que tem gente que deve gostar da exclusividade de poder comer 3 refeições por dia, de ter filho indo pra universidade, de ter carro, conforto e tudo o mais que o dinheiro oferece.
DEveriam votar em Dilma em legítima defesa, pois quanto mais os mais pobres tiverem mínimas condições de vida digna, menos ele vão querer assaltar, roubar e conseguir o que lhes é de direito na força bruta.
É bom pra todos.
É muito bom para os mais ricos, porque poderão viver mais sossegados e mais tranquilos.
Marta Suplicy, quando foi prefeita de São Paulo, já provou isso.
Seu governo, voltado prioritariamente para as periferias, diminuiu e muito o número de ocorrências policiais.
Afinal, pobre melhorando de vida, todo mundo melhora: o comércio, a indústria e a vida de todos nós.
Vote Dilma: em legítima defesa.
Sylvia querida,
ResponderExcluirBelo rodapé para o meu texto!
Obrigada!
Bjs